Páginas

domingo, 31 de outubro de 2010

Freguesias de Alenquer unem-se para concertar estratégias e mobilizar meios

Notícia "Nova Verdade", edição de 01NOV2010

Está em curso a constituição da Associação de Freguesias do Sudoeste do Concelho de Alenquer, identificada pela sigla AFRESCA, que terá sede na Junta de Freguesia de Aldeia Gavinha. Esta associação, que engloba inicialmente as freguesias de Aldeia Galega da Merceana, Aldeia Gavinha, Cadafais, Pereiro de Palhacana, Ribafria e Santana da Carnota, tem por objecto “a realização de quaisquer interesses no âmbito das atribuições e competências próprias das freguesias associadas”, assim como a “promoção de estudos, elaboração e gestão de projectos e planos comuns no domínio da sua competência, com vista à melhoria da qualidade de vida das populações”.
Segundo os respectivos estatutos, que já foram aprovados por cinco das seis freguesias envolvidas – Santana da Carnota adiou a decisão –, a AFRESCA, pode prestar serviços às freguesias associadas nos domínios comuns e no desempenho das suas atribuições pode estabelecer relações de cooperação com entidades nacionais e estrangeiras que prossigam os mesmos fins.
Participar na articulação, coordenação e execução do planeamento e de acções que tenham âmbito interfreguesias, gerir equipamentos de utilização colectiva comuns a pelo menos duas freguesias associadas e organizar e garantir a manutenção e funcionamento dos serviços próprios, são incumbências da associação, que terá como órgãos a assembleia interfreguesias e um conselho de administração, podendo este, ainda de acordo com os estatutos, nomear um delegado executivo, para coordenar e assegurar a gestão corrente, tendo como contrapartida uma remuneração.
A criação da AFRESCA esteve em debate no Fórum Alenquer, espaço de debate público da Rádio Voz de Alenquer, numa emissão que contou com a participação de José João Grácio (PS), Francisco Costa (Coligação pela Nossa Terra) e André Escoval (CDU). Perante a consonância entre os autarcas do PS e da CPNT, sobre as vantagens das freguesias em constituírem a associação, a única voz discordante foi a do autarca da CDU, que denunciou o facto de os estatutos da AFRESCA estarem, alegadamente, a ser aprovados à revelia das assembleias de freguesia, e acusou ainda o PS de querer controlar os órgãos dirigentes da nova estrutura.

“Associação será solução para muitos
dos problemas das freguesias”

O socialista José João Grácio, presidente da freguesia de Pereiro de Palhacana, salientou que as parcerias entre freguesias não são propriamente inéditas e defendeu que a constituição desta associação poderá ser a solução para muitos dos problemas partilhados pelas seis freguesias. “Face à crise que atravessamos, e à dificuldade de concentrar meios para acorrer às necessidades básicas da população, vimo-nos forçados a dar este passo, mas tínhamos esta ambição há bastante tempo, concretamente desde o mandato passado. Fui eu que tive a ideia, tendo sido logo corroborado pela freguesia contígua à minha, que é Ribafria, que nasceu da divisão do Pereiro de Palhacana, e com a qual já tínhamos alguma afinidade no trabalho e alguns trabalhos em conjunto”, sustentou o autarca do PS, destacando que a criação da AFRESCA “resulta de mais de um ano de reuniões preparatórios entre as seis freguesias envolvidas e é um trabalho que foi feito em colaboração com a Câmara de Alenquer”.
José João Grácio referiu que, “numa primeira fase, a associação irá desenvolver trabalhos conjuntos a nível de caminhos vicinais apenas, sendo que todos os outros passos serão dados gradualmente, com muita ponderação, porque as assembleias são soberanas e o planeamento anual é soberano, e é aprovado por unanimidade e as decisões são tomadas por unanimidade”. “Pensamos que esta associação será a solução para muitos problemas que nos são comuns”, reforçou o responsável autárquico da freguesia menos populosa do concelho de Alenquer (591 habitantes).
Por seu turno, o social-democrata Francisco Costa, membro da Assembleia de Freguesia de Cadafais, disse concordar na generalidade com os princípios base da associação de freguesias, realçando o aspecto positivo primordial que, nas suas palavras, constituirá a desejada optimização de recursos. “Em termos gerais, a Coligação Pela Nossa Terra (CPNT) concorda com a ideia, porque o projecto visa a melhoria da qualidade de vida das populações e das freguesias associadas, e isso é extremamente importante, visto que temos poucos recursos e a câmara não tem meios para auxiliar as freguesias”, observou o eleito da aliança PSD/CDS-PP/MPT/PPM, sublinhando que os estatutos da AFRESCA “são provisórios e podem ser sempre passíveis de alteração, em função daquilo que for melhor para a gestão dos recursos públicos, que são escassos”. Propôs, por outro lado, que a associação fosse alargada a outras freguesias concelhias, nomeadamente às freguesias onde a CPNT é poder (Carregado e Triana).
Já o comunista André Escoval, membro da Assembleia de Freguesia de Santana da Carnota, insurgiu-se contra os moldes em que a AFRESCA está a ser constituída, acusando o PS de estar a criar uma associação à revelia das assembleias de freguesia, fazendo-as aprovar os estatutos sem que estes tenham sido postos à discussão. “Esta associação irá ter todas as competências que as juntas têm hoje em dia – é isso que está plasmado nos respectivos estatutos – e, logo aí, isso deve merecer-nos alguma reflexão”, vincou o jovem autarca da CDU, defendendo a realização de “um debate amplo, que é o que não tem acontecido”, já que, nas suas palavras, “muita da população das freguesias envolvidas não conhece o projecto que se está a desenvolver nem aquilo que ele representa para a vida da freguesia e as próprias assembleias de freguesia que foram envolvidas em tempo oportuno não tiveram oportunidade de se pronunciar sobre elas”.
André Escoval destacou que “esta é uma decisão que vai ter um forte impacto na vida de mais de 9000 habitantes, que é o que congregam estas seis freguesias, que representam mais de um terço do território municipal”. O eleito comunista denunciou que a aprovação dos estatutos da AFRESCA tal como se apresentam neste momento, perante a alegada passividade da CPNT, permitirá que “a assembleia interfreguesias venha a ser composta exclusivamente por elementos do PS, esvaziando, assim, aquele que foi o voto expresso pelo povo nas urnas”. Criticando, também, a instituição de lugares remunerados – como o de delegado executivo – no âmbito da associação, terminou lançando “um repto aos socialistas para que reconsiderem e levem novamente à consideração das assembleias de freguesia a proposta de estatutos da associação, mas com tempo de antecedência para as mesmas poderem pronunciar-se”.


 

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Vereadora do CDS-PP assume pelouros mas perde confiança política do seu partido e da CPNT

Notícia "Nova Verdade", edição de 01NOV2010

A vereadora do CDS-PP na Câmara de Alenquer decidiu assumir pelouros, a tempo inteiro, no executivo liderado pelo socialista Jorge Riso, entrando em rotura com a concelhia do seu partido e com a Coligação Pela Nossa Terra (CPNT), que se apressaram a demarcar-se publicamente de Sandra Saraiva, alegadamente motivada por “pressões familiares e pela necessidade de um emprego”.
Sandra Saraiva, de 44 anos, designer desempregada, foi a número três da lista da aliança PSD/CDS-PP/MPT/PPM para a câmara alenquerense nas autárquicas de 2009, tendo um passado político ligado ao partido de Paulo Portas. Deverá assumir, muito provavelmente, os pelouros de que a vereadora Manuela Mendes, eleita pelo PS, abdicou – Educação, Juventude, Acção Social e Saúde –, no início de Setembro, devido a alegada incompatibilidade com Riso.
A informação de que a vereadora do CDS-PP resolvera aceitar o convite de Jorge Riso para assumir responsabilidades na gestão camarária partiu de uma fonte do PS/Alenquer, no início da última semana de Outubro, tendo o Nova Verdade sido confrontado com respostas evasivas, por parte dos protagonistas deste processo, quando procurou esclarecer os contornos da questão, que se adivinhava poder causar danos consideráveis à principal força de oposição.
Jorge Riso escusou-se, nessa altura, a confirmar a existência de um acordo com a vereadora do CDS-PP: “A única coisa que confirmo é que me disponibilizei para distribuir pelouros por todas as forças políticas representadas na câmara; não obtive resposta, mas aguardo ainda por ela, para garantir um quadro de estabilidade na câmara durante os próximos três anos”, afirmou ao Nova Verdade o edil socialista, prometendo divulgar novidades sobre o assunto logo que viessem a verificar-se.
Também Sandra Saraiva se mostrou bastante lacónica, quando questionada se iria, efectivamente, assumir pelouros na câmara: “Não confirmo isso, ainda não tenho nada decidido”, asseverou a vereadora do CDS-PP, acrescentando que “esta conversa não é para se ter pelo telefone”, mas recusando de imediato ser entrevistada pessoalmente.
Já o líder concelhio do CDS-PP, Luís Barros Mendes, disse não possuir, na altura, qualquer informação sobre o assunto, remetendo para mais tarde uma eventual tomada de posição.
A “bomba” acabou por rebentar a meio da semana, com a concelhia do CDS-PP/Alenquer e a estrutura dirigente da CPNT a marcarem conferências de imprensa, para o final do dia de quarta-feira, 27, separadas apenas por meia hora de intervalo.

Luís Barros Mendes: «CDS
não expulsará Sandra Saraiva»

Da boca do líder do CDS-PP/Alenquer saiu a confirmação daquilo que já se esperava: “A comissão política concelhia de Alenquer do CDS-PP foi formalmente informada, pela vereadora Sandra Saraiva, que a mesma decidiu aceitar um convite que lhe foi endereçado pelo presidente da câmara para assumir pelouros. Esta decisão da vereadora Sandra Saraiva é única e exclusivamente pessoal, não tem, nunca teve, nem poderia ter o apoio do CDS a nível concelhio, nem mesmo a nível distrital ou a nível nacional”, afirmou Luís Barros Mendes, visivelmente agastado, assumindo uma “demarcação total e completa da decisão pessoal da Sandra Saraiva”, que implicará que “daqui para a frente não voltará a ouvir-se dizer que há uma vereadora do CDS na Câmara de Alenquer”.
“Desde que o CDS está presente em Alenquer, sempre fomos oposição ao PS, porque entendemos que ao longo destes 34 anos de poder na câmara fizeram uma gestão danosa do nosso município; contribuíram em muito para a situação que a câmara vive neste momento, com uma dívida que está exactamente como a divida do País – ninguém sabe de quanto é – e, paralelamente a isso, entendemos que o PS na Câmara de Alenquer tem sido responsável por uma situação que não é, de maneira nenhuma, favorável ao nosso concelho e que, inclusivamente, nalguns casos existem coisas que não são muito claras ao nível do funcionamento corrente da câmara”, sustentou Luís Barros Mendes, sublinhando que, “por isso, nunca poderíamos estar interessados em que uma vereadora do CDS, seja ela Sandra Saraiva ou seja lá quem for, viesse a assumir pelouros no executivo PS da Câmara de Alenquer”.
O líder do CDS-PP/Alenquer vincou que, “por respeito com os eleitores, não podemos estar uns dias na oposição e dos outros dias do lado do PS de Alenquer”, assegurando que “há uma coisa que para nós é absolutamente fundamental: verticalidade, carácter e honrar os compromissos”. “Preferimos ser um partido pequeno, mas de pessoas de carácter e de palavra, do que ser de pessoas que hoje dizem uma coisa e amanhã dizem outra”, enfatizou Luís Barros Mendes, salientando que “caberá a Sandra Saraiva decidir se quer continuar, ou não, a ser militante do CDS, porque nós não vamos iniciar qualquer processo de expulsão do partido, isso não faz parte da forma de actuação do partido”.

Nuno Coelho: «Partidos não
são agências de emprego»

Palavras bastante mais duras ouviram-se, logo de seguida, na conferência de imprensa da CPNT, que contou com a participação dos vereadores Nuno Coelho e Pedro Afonso, assim como dos líderes concelhios de PSD e CDS-PP, respectivamente Vítor Ronca e Luís Barros Mendes. “Sinto-me chocado pela forma de estar e de agir, quer da senhora vereadora Sandra Saraiva, quer do senhor presidente de câmara. E sinto-me chocado porque este acto e esta forma de agir representa um vale tudo na política e este vale tudo não se coaduna com a forma de estar da Coligação, nos últimos anos e no presente”, afirmou o cabeça de lista à câmara nas últimas autárquicas, reconhecendo que “nós fomos os três [vereadores da CPNT] contactados pelo senhor presidente da câmara para assumir pelouros, mas após uma reunião entre os partidos foi decidido não aceitar o convite, sendo que a senhora vereadora participou nessa reuniões e concordou com a decisão”.
Nuno Coelho revelou que oficialmente não teve qualquer comunicação de Sandra Saraiva a dizer que iria aceitar os pelouros: “Foi-me dito que as razões invocadas pela senhora vereadora Sandra Saraiva para aceitar os pelouros dados pelo senhor presidente foram uma questão de pressão familiar e por uma necessidade pessoal de ter um emprego. São razões que de carácter político nada têm e, portanto, isto descarta qualquer tipo de incompatibilidade com a Coligação, com a ideologia seguida e a estratégia seguida; nem sequer existiu qualquer incompatibilidade pessoal entre a vereadora Sandra Saraiva e os outros elementos da Coligação”, especificou, insurgindo-se contra “uma postura do vale tudo em política, em que um presidente de câmara se move nos bastidores, demonstrando desrespeito pelos partidos, para assegurar o voto desta vereadora em troca de um vencimento”.
Nuno Coelho defendeu que “quem vem para a política, não pode vir para a política para ter um emprego; as causas que nos movem na política são muito mais nobres e são de trabalho em prol da população do concelho de Alenquer e não em prol da necessidade de ter um emprego. Os partidos não são agências de emprego”. “A Coligação acaba por perder um elemento na vereação, mas não perde o mais importante, que é a sua forma de agir, o seu programa, a sua fidelidade e a vontade de resolver os problemas e a honestidade que apresenta sempre na sua acção política”, rematou o vereador social-democrata, excluindo eventuais represálias por parte da CPNT, sobre a maioria relativa socialista em exercício, em futuras votações camarárias. 

Alenquer despreza túmulo de antigo rei do Pegu

Notícia "Nova Verdade", edição de 15OUT2010

Património mal cuidado corresponde a memória apagada. Esta máxima bem pode aplicar-se a uma vertente do património histórico de Alenquer que é desconhecida para a esmagadora maioria da população do concelho. O túmulo de Salvador Ribeiro de Sousa, herói português que se tornou rei do Pegu (mais tarde Birmânia e hoje Myanmar), está completamente votado ao abandono, na casa do capítulo da Igreja de Santa Catarina, de Alenquer, que se encontra ameaçada pela ruína.
O conjunto formado pela igreja seiscentista e bem como as casa circundantes, ligadas paredes meias com aquela, foram projectadas pelo frade André de S. Bernardino e as obras terminaram em 1623. Formam um Imóvel de Interesse Público (Decreto nº 37077 de 29/09/1948) de que a Câmara de Alenquer é comproprietária, concretamente no que toca ao claustro e capítulo que adquiriu há já alguns anos.
Certo é que a recuperação deste conjunto arquitectónico e patrimonial nunca passou das intenções, e a imagem que se apresenta ao visitante, no acesso recôndito através da antiga Estrada Real (actual Rua Gago Coutinho), situado à direita de quem vem do Carregado para Alenquer, a poucos metros da ponte sobre o rio, é de profunda degradação. Anexo à capela surge o pequeno claustro do oratório. Ao centro, há um poço, que foi construído pelos frades. Na casa do capítulo lá está a pedra tumular que mão amiga lhe mandou gravar o seguinte epitáfio: “Este capítulo é de Salvador Ribeiro de Sousa, comendador de Cristo, natural de Guimarães, a quem os naturais do Pegu elegeram por seu rei”. O tempo encarregou-se de desgastar a inscrição no túmulo, que não mereceu a devida salvaguarda.
Já em 1902, Guilherme João Carlos Henriques denunciava, em “Alenquer e o Seu Concelho”, que “por cima da sepultura de um rei estão arrumadas as tábuas velhas e vigas podres que ficaram das últimas obras da casa”. “O Capítulo, onde jaz este grande homem, que como tantos grandes homens dos nossos tempos a roda da fortuna levou ao cume do poder para depois desandar com ele e torná-lo ao seu estado primitivo, esse Capítulo hoje é uma casa de despejos”, lamentava o autor da monografia sobre a vila de Alenquer.
Ainda hoje se desconhecem as circunstâncias em que o antigo rei do Pegu veio parar a Alenquer. Sabe-se que Salvador Ribeiro de Sousa, decorria o fim do século XVI (1590/99), foi eleito rei pelo povo do Reino do Pegu, um Estado do grande império Indo-China. Este capitão português comandava as tropas do rei de Arakan e recebeu licença para fundar uma Casa e Alfândega em Sirião. Intrometeu-se, porém, um “infiel” e ambicioso amigo (Philippe de Brito Nicote) que transformou esta cedência real numa base de negócios para os portugueses. O rei de Arakan, indignado, retaliou, atacando Salvador Ribeiro de Sousa, que se refugiou na fortaleza de Pegu e com um punhado de homens desbaratou uma esquadra de mais de 1 000 barcos e 40 000 homens que o cercavam, que acabaram por retirar depois de muitas baixas.
A fama desta proeza correu o Indo-China e os habitantes de Pegu deram a sua coroa a este guerreiro português, que, denotando desinteresse pelo poder, acabou por abdicar do trono, a favor do ambicioso Nicote, e retirar-se. Andou errante e solitário por Espanha e Portugal, apesar de ter sido galardoado em Madrid com uma comenda de Cristo, até que veio a falecer em triste solidão junto à vila de Alenquer.
É o túmulo deste herói, cujo regresso à pátria foi pretexto para um romance em verso de Morais Sarmento (“O Massinga”), que se encontra votado ao desprezo pelo município de Alenquer. Para que a memória não se apague, aqui fica relembrada a façanha deste despretensioso monarca, que foi comparado a Marco Aurélio.

Políticos alenquerenses aderem ao Facebook de olho no eleitorado

Notícia "Nova Verdade", edição de 15OUT2010

Sem querer perder o eleitorado de vista, os políticos alenquerenses rendem-se às novas tecnologias e estão presentes no mundo virtual. O Facebook é a ferramenta virtual mais utilizada para comunicarem com os eleitores. As principais figuras das forças políticas com assento nos órgãos municipais, com excepção do vereador José Manuel Catarino (CDU) e da deputada municipal Helena Santo (PSD), marcam presença na maior rede social do mundo (mais de 500 milhões de usuários), que aproveitam para divulgar as suas acções, os seus projectos e as suas ideias.
Pelo Facebook são encontrados quase todos os líderes e activistas políticos de Alenquer. Um exemplo é o próprio presidente da câmara, Jorge Riso (PS), que foi um dos primeiros no concelho a criar a sua página na popular rede social, que é acompanhada actualmente por 799 seguidores. O líder da oposição, o vereador social-democrata Nuno Coelho, inversamente, só aderiu ao Facebook no final de Setembro, contando com uma, ainda curta, legião de 73 seguidores.

No seio do executivo camarário alenquerense, o vereador comunista José Manuel Catarino é o único que não tem perfil no Facebook. Já o vice-presidente João Hermínio, que é também líder do PS/Alenquer, está a ser acompanhado por 142 seguidores. E o vereador social-democrata Pedro Afonso apresenta uma lista de 117 seguidores. Quanto às vereadoras Manuela Mendes (independente) e Sandra Saraiva (CDS-PP), revelando ambas pouca sagacidade política, optaram por tornar os respectivos perfis semi-privados, o que faz com que as pessoas que não são suas amigas (seguidoras) só tenham acesso a parte da informação pessoal publicada.
No rol dos agentes políticos de maior destaque, o presidente da Assembleia Municipal de Alenquer, Fernando Rodrigues (PS), já leva largos meses de presença no Facebook, contando actualmente com 64 seguidores.
O jovem dirigente concelhio do PCP André Escoval é o que reúne maior contingente de seguidores; 737 pessoas acompanham a actividade no Facebook daquele que foi apontado recentemente por Catarino como seu provável sucessor no cargo de vereador da CDU.
Já o líder da Concelhia do CDS-PP, Luís Barros Mendes, é acompanhado na rede social por 77 seguidores.
A lista dos amigos da deputada municipal do Bloco de Esquerda, Carla Castanheira, é uma das mais vastas, englobando actualmente 524 pessoas, enquanto Luís Ferreira, dirigente concelhio do mesmo partido, conta com 284 seguidores.
Outras figuras políticas concelhias com perfil no Facebook são: Vítor Ronca (PSD), autarca de Triana, que reúne 110 seguidores; Vladimiro Matos (CDU), com 307 seguidores; José Carlos Morais (Partido da Terra), com 445 seguidores; e Rogério Silva (CDU), com 33 seguidores.
Entre os nomes sonantes que continuam fora da maior rede social do mundo, caracterizada por total liberdade para cada um manifestar a sua opinião, destaca-se o da deputada municipal independente pelo PSD Helena Santo, que é apontada como provável candidata à presidência da Câmara de Alenquer nas próximas eleições autárquicas. 

Crise provoca partida de imigrantes

Nótícia "Nova Verdade", edição de 15OUT2010

O aumento do desemprego e do custo de vida está a forçar muitos imigrantes a deixarem a região e a regressarem aos países de origem. As actuais condições em Alenquer e nos concelhos limítrofes, tal como no resto do País, estão longe de satisfazerem as ambições de quem chegou à procura de uma vida melhor.
O êxodo dos imigrantes está a fazer-se sentir com especial incidência no Carregado, onde até há pouco tempo estavam identificados cerca de 4 000 cidadãos estrangeiros no total dos 15 000 habitantes que compõem a freguesia mais populosa do concelho. “Temos notado, efectivamente, um decréscimo no número de imigrantes, sendo o mesmo particularmente acentuado no que se refere às pessoas oriundas do Leste Europeu”, confirmou ao Nova Verdade o presidente da junta carregadense, José Manuel Mendes, que estima terem partido, nos últimos tempos, perto de um milhar de estrangeiros, principalmente ucranianos.
Na maior comunidade imigrante concelhia, a brasileira, não se tem registado um número significativo de partidas, talvez porque na maior parte dos casos trabalham no comércio e serviços, que apesar dos baixos salários não têm sido tão afectados pelo desemprego. Já os imigrantes do Leste Europeu, têm sentido os efeitos drásticos da estagnação da construção civil e da paralisação de algumas indústrias, sectores onde encontraram maioritariamente trabalho quando chegaram à região, na primeira metade da última década. Agora, confrontados com a falta de trabalho, têm optado em grande número por regressar, segundo a Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, Rosário Farmhouse, “não tanto para os países de origem, mas para países mais próximos, porque como estão junto de países que aderiram recentemente à União Europeia é maior o investimento nessas zonas e tentam lá encontrar saídas para o seu futuro”.
Numa ronda junto da comunidade do Leste Europeu, o Nova Verdade ouviu aquilo que a partida de muitos destes imigrantes fazia adivinhar: “É cada vez mais difícil encontrar trabalho aqui e o trabalho que há é muito precário. Por isso, só ficam os que têm cá a família e a situação regularizada”, analisou o ucraniano Andreas P., que reside há dez anos na zona do Carregado, salientando que, “por causa da crise económica, Portugal já não é atractivo para quem procura uma vida melhor do que a que tem na Ucrânia”.
O autarca do Carregado testemunhou que, “de facto, o diminuto número de imigrantes que têm chegado à freguesia nos últimos meses, principalmente oriundos dos PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa], mas englobando também alguns ucranianos, acontece sobretudo em casos de reagrupamento familiar e constatamos isso quando de deslocam à junta de freguesia para pedir atestados de residência”.


Helena Santo não descarta candidatura à Câmara

Notícia "Nova Verdade", edição de 15OUT2010

Helena Santo não afasta completamente a hipótese de se candidatar à presidência da Câmara de Alenquer. A advogada, que actualmente integra como independente a bancada social-democrata na assembleia municipal, tem sido apontada por alguns sectores da Coligação Pela Nossa Terra (CPNT) como possível candidata à liderança do município em 2013, mas recusa, para já, esse cenário. Apesar disso, a antiga deputada do CDS-PP na Assembleia da Republica mostra estar bastante atenta à actualidade politica concelhia, não poupando críticas à gestão socialista da autarquia liderada por Jorge Riso.
“O meu objectivo de vida é ser advogada, gosto muito de ser advogada e acima de tudo gosto de com esta liberdade poder defender os meus clientes e aqueles que ao longo da vida sempre estiveram ao meu lado e, portanto, entendo que Alenquer tem outras soluções que não eu”, afirma ao Nova Verdade Helena Santo, realçando que o seu objectivo “não passa por gerir os destinos do concelho”. Contudo, aquela que foi a cabeça de lista da coligação de centro direita para a Assembleia Municipal de Alenquer, nas autárquicas de 2009, não exclui a hipótese de uma candidatura futura à presidência do município: “Hoje afasto de forma peremptória essa realidade, mas é evidente que não posso dizer o que farei daqui a dez ou 15 anos”, sustenta a conhecida causídica, com escritório na sede de concelho há largos anos.
Assumindo que gosta muito da política, e que gostou muito da experiência a nível do Parlamento, Helena Santo volta a salientar nesta entrevista que também gosta muito da sua profissão de advogada e que gosta de trabalhar em Alenquer. “Devo tudo a este concelho, tenho aqui os meus clientes. E tenho muita pena dos destinos deste concelho, acho que é um concelho cheio de potencialidades, que não tem sido devidamente gerido e continua a não ser. Nem eu estava à espera da desorganização desta câmara municipal; não acreditava naturalmente nesta presidência socialista, mas nunca pensei que fosse tão má”, enfatiza aquela que é vista por vários sectores da política concelhia como a candidata mais forte, no âmbito da aliança liderada pelo PSD, para vencer Jorge Riso nas urnas.
“Vejo o desalento dos próprios funcionários da câmara, que por não haver organização acabam por não ser aproveitados, e o desalento dos munícipes por verem a nossa vila completamente desprezada, as ruas sem serem alcatroadas, o comércio moribundo”, critica Helena Santo, apontando a “falta de uma direcção, de uma mão firme e de um rumo” ao nível da liderança camarária. “Fico muito triste quando vejo que as pessoas pensam muito pequeno: Na ultima sessão da assembleia municipal propus a organização de um congresso com o titulo ‘Alenquer que temos, Alenquer que queremos’, com o objectivo de convidar as forças vivas do concelho, aquelas pessoas que não querem saber dos políticos e que odeiam os políticos, para virem todos – agricultores, viticultores, empresários dos diversos sectores, estudantes – ao Auditório Damião de Goes, num fim-de-semana, conversar sobre Alenquer e dizer qual o caminho que deve ser seguido pelo município, para no final se fazer um resumo e dar ideias ao executivo. E esta ideia foi rejeitada, com os votos do Partido Comunista, com o argumento de que ‘não vale a pena, nós já cá estamos para representar o povo’; ora, nós não representamos nada, representamos muito pouco, porque há aquele povo que não se sente representado em nós. E o PS disse, por seu turno, que a assembleia não pode organizar essa iniciativa, que quem tem que organizar isso é o presidente de câmara, a quem eu já tinha dado a ideia há muitos meses, mas que, por objectivos meramente políticos, rejeitou esta minha proposta”, destaca a eleita independente pelo PSD, manifestando-se “amargurada por ver que as pessoas não querem discutir o concelho”, mas prometendo que não se vai silenciar.
E muito embora o pensamento abrangente que revela sobre o concelho a coloque em boa posição para, no próximo quadro eleitoral autárquico, vir a representar as forças políticas que compõem a CPNT, Helena Santo assegura que o seu futuro próximo passa por ser advogada. “Eu estou aqui como independente. Alenquer tem pessoas espectaculares para se candidatarem à câmara – algumas que já se candidataram e outras que gostariam de integrar as listas – e eu estarei sempre disponível para colaborar”, conclui.